terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Congresso Internacional do Medo

Informações: Congresso Internacional do Medo



Indubitavelmente o nome Espanca é uma das principais razões que levam o público a querer assistir a este espetáculo. Afinal, a companhia alcançou em seus dois espetáculos anteriores – Por Elise e Amores Surdos - uma ampla aceitação junto ao público e à crítica nacional. É uma companhia nova... porque existe há pouco tempo e, sobretudo, porque trouxe algo de novo para o teatro contemporâneo brasileiro. Em ambos os espetáculos, uma dramaturgia madura, singela e ao mesmo passional conduz os atores por espaços físicos triviais – a rua, o quintal, a casa – nos quais eles revelarão a fraqueza e a força dos personagens, a simplicidade paradoxal de seus afetos, de seus desejos. Pode-se inclusive falar no esboço da construção de uma linguagem, de uma identidade artística, quem sabe.
Por sua vez, Congresso Internacional do Medo, inspirada no poema homônimo de Drummond, acerta por apostar em escolhas distintas. Aqui Grace Passô, a mesma dramaturga dos espetáculos anteriores, trata de questões que pertencem à ordem coletiva de uma forma mais explícita – a aproximação da estrutura do espetáculo com a de um congresso revelam essa perspectiva, naturalmente. A aparente dificuldade que o expectador pode sentir para entrar de fato na peça se revela, aos poucos, parte do jogo, da mesma forma que o texto supostamente distante de nosso cotidiano individual e imediato deflagra, gradativamente, sua essência subjetiva. Assim, a despeito do medo que permeia a trajetória dos personagens em cena, ousadia e disposição ao risco são expressões que tem mais a dizer sobre esse trabalho!

Sobre o espetáculo:
Matéria n'O Tempo
Matéria na Folha Online

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