sábado, 18 de abril de 2009

On the road...

How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
Yes, 'n' how many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.

How many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea?
Yes, 'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.

How many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, 'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, 'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.


Na estrada há 25 anos, o Grupo Camaleão estreou nessa semana o espetáculo "CONTINUE RETO, SEMPRE EM LINHA RETA! E VAI COM DEUS...". Com direção geral de Marjorie Quast e coreógrafa de Tuca Pinheiro, "Continue reto..." me pareceu ousado, complexo. E também delicado, humano - como o que geralmente se percebe nas criações do Tuca.
Fé, perseverança, imprevisibilidade, (des)encontros, (des)caminhos, (des)ordem e progresso (?) talvez sejam palavras que digam algo sobre o espetáculo, que apresenta, literalmente, a voz dos bailarinos-criadores Tiça Pinheiro, Lívia Espírito Santo, Rouglas Fernandes e Pedro Romero. Recorrendo mais uma vez ao artifício de colocar um microfone em cena (desta vez, quatro!), o Tuca talvez esteja querendo nos dizer que tem gente querendo ser ouvida - seja pra mandar abraços; pra dizer que vai melhorar; pra perceber o gozo da existência no toque de uma borboleta; pra se dizer a que veio e com o que veio; ou pra deixar soprar... "The answer is blowin' in the wind".
5, 6, 7, 8... Lindo!
É lindo ver os bailarinos - cada um à sua medida - colocando o pé na estrada, para o risco, para a discussão de temas que lhe parecem ser caros, ainda que para isso se revelem desconcertados, desencontrados, expostos. Lindos!
Inquestionavelmente provocativo, o espetáculo revela algo da tônica "bate depois assopra", ao discutir a voz como forma de dança (e não apenas a dança como voz), ao escancarar o adestramento a que nossos corpos dançantes se submetem no decorrer de sua formação - seja ela artística ou não.
A gente também se desconcerta, né? Órfãos irremediáveis da busca por uma logicidade dramática, assistimos à performance sempre à espera de um "desfecho" que justifique as partes, de uma linha (reta?) que costure as estradas, os pedaços, os blocos, os quadrantes. Até que, felizmente, chega uma hora em que a gente se desprende disso - talvez na hora em que tudo começa a "fazer sentido".
Começa a fazer sentido por que a gente desiste da busca pelo sentido, ou a gente desiste da busca pelo sentido por que ele começou a aparecer?
Óbvio que o que não faz sentido é essa pergunta - também adestrada pela ditadura da busca pelo sentido. Afinal de contas, no fim das contas o espetáculo acontece. Eis a palavra: acontece.
E quando acontece, é hora de ir embora. Pra Machu Picchu ou Santiago, vamos em linha reta, vamos com Deus!

Outros textos sobre o espetáculo:
Texto de Marcello Castilho Avellar
Texto do Infodança

Ficha Técnica:
Direção Geral: Marjorie Quast
Direção Coreográfica: Tuca Pinheiro
Coreografia: Tuca Pinheiro e Grupo Camaleão
Assistente de Direção: Inês Amaral
Intérpretes Criadores: Tiça Pinheiro
Lívia Espírito Santo
Rouglas Fernandes
Pedro Romero
Coordenação Técnica: Bruno Rodrigues
Projeto de Luz: Telma Fernandes
Operação de Luz: Cristiano Medeiros
Figurinos: Ananda Sette – Botões
Cenário e Adereços: Grupo Camaleão
Pesquisa da Trilha Sonora: Tuca Pinheiro
Edição da Trilha Sonora: Kiko Klaus
Projeto Gráfico: Nós 2
Imagens: ICOM Produções
Fotografia: Marisa Noronha
Assessoria de Imprensa: Fumaça Corp.
Produção Executiva: Jacqueline Castro
Produção: Camaleão Grupo de Dança

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